sábado, 19 de fevereiro de 2011

Metrô: unidade que traz resultado

A implantação do metrô de Porto Alegre vem sendo debatida há muitos anos. Hoje, ao vermos mais próxima a viabilidade desse investimento na nossa capital, podemos afirmar que ele é fruto da construção de uma unidade política. Pela primeira vez, temos um cenário relativo a este tema que congrega os interesses dos governos municipal, estadual e federal. Pela primeira vez, também, temos uma proposta concreta de investimento do governo federal para a mobilidade urbana na Capital.

O que faltou nas duas últimas décadas, vimos nesta semana em Brasília, na reunião com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior: um momento político de maior unidade, pois congregamos o Poder Executivo estadual, o Executivo municipal, deputados federais e estaduais, a presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre e o presidente da Assembleia Legislativa. Todos com um só objetivo: garantir o metrô de Porto Alegre.

A concretização dessa obra supera as propostas defendidas em outros momentos, pautadas pela falsa contradição entre os modais ônibus e metrô. Há, sim, uma complementaridade entre os dois serviços. Em 2008 propusemos essa união como alternativa para o transporte público e o trânsito de Porto Alegre. E o que discutimos nesta semana contempla nossa proposta e nosso entendimento.

Se confirmada, a obra será viabilizada essencialmente com recursos do Poder Executivo federal. Em contrapartida, os governos estadual e municipal serão fundamentais na garantia do investimento, pois deverão desonerar impostos, como ICMS e IPI, respectivamente.

Os quesitos técnicos do projeto do metrô de Porto Alegre estão dentro dos que foram propostos pelo governo federal ao lançar o PAC da Mobilidade. O traçado é complementar às linhas de ônibus e aos portais da cidade, ou seja, há uma integração do modal metrô com o transporte rodoviário (ônibus). Outro fator positivo do projeto é a região de implementação do metrô – zona norte da Capital –, região com notória dificuldade viária, alta densidade populacional e população carente dependente do transporte coletivo.

Continuo defendendo mudanças estruturais em nossa capital. Continuo acreditando que essas mudanças são possíveis se nos despirmos de interesses individuais e olharmos para o futuro com responsabilidade. O resultado dessa união de esforços será conhecido em junho. Hoje temos unidade política em torno de um projeto. Isso nos dá tranquilidade para trabalharmos e garantirmos essa obra essencial para Porto Alegre. Mas precisamos ir além e construir outros consensos indispensáveis à nossa cidade na saúde, educação e outras áreas necessárias para atender às justas demandas que a população de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul e do Brasil apresenta.

Artigo publicado na Zero Hora deste sábado

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