terça-feira, 11 de janeiro de 2011

17° Festival de Jovens e Estudantes na África do Sul

Participar de um encontro onde vários países se reúnem para discutir e dividir suas realidades e dificuldades, várias nações com somente um propósit,o foi uma experiência incrível. Ainda representando a ANEGRO, foi muito incrível.

Conhecer a forma como o mundo nos observa, é surpreendente. Não temos a noção da importância que o Brasil adquiriu ao longo desses últimos anos. Falavam muito de futebol, mas o que mais marcou foi a forma que se referiam ao nosso Presidente Lula, sempre com muito respeito e admiração. Isso foi muito legal.

Houve vários momentos importantes, um deles foi quando estávamos na banca da UNEGRO e um homem de Moçambique  perguntou porque uma entidade de negros no Brasil terra de todos os povos de tanta mistura entre as raças. Respondi a ele que no Brasil ainda existe muito racismo e o racismo mais conservador, porque não diz com palavras que é racista, mas vemos nas atitudes nas decisões concretas do dia a dia, políticas afirmativas como, por exemplo, as cotas raciais nas universidades e em concursos. Falei, também, que recente aprovamos o estatuto da igualdade racial.

Mas queremos mais, queremos a igualdade plena, e para isso teremos ainda que lutar muito.
Outro assunto que foi muito visível foi o machismo que impõe tantos limites à mulher, e tanta liberdade aos homens. Ainda somos muito diferentes.

Conheci a terra onde aconteceu o apartheid, que separava pessoas brancas de pessoas negras. O apartheid ainda está muito presente na vida das pessoas, muitos que na época eram crianças hoje são adultos e lembram como foi horrível perder amigos e familiares.

Não tem como falar de apartheid sem falar de Nelson Mandela homem que acabou com regime e que viveu tudo dentro da prisão por seu povo. Não tive a oportunidade de conhecê-lo, mas conheci um pouco da sua história mais de perto, o povo o adora, o guerreiro negro o do apartheid. Se existe lenda viva, ela se chama Nelson Mandela.

Foi um prazer conhecê-la MÃE AFRICA.

Bruna Rodrigues
UNEGRO/RS






Nova geração de poder: os líderes do mundo do futuro



Todo político fala da construção de um futuro melhor. Mas quem realmente será responsável por esse cenário, dentro de 20 anos? Nossos correspondentes estrangeiros encontraram, em todo o mundo, os jovens homens e mulheres promissores que já estão a caminho do poder


Brasil


Manuela dÁvila, 29, a sensação da esquerda

Por Jan Rocha, de São Paulo

Ela foi eleita para o Congresso Nacional pela primeira vez com 270 mil votos, aos 25 anos de idade. Quatro anos depois, em outubro de 2010, Manuela dÁvila foi reeleita com quase meio milhão de votos, uma vitória sem precedentes para uma candidata.

E tudo isso aconteceu no Rio Grande do Sul, estado do extremo sul do Brasil, conhecido pelas tradições gaúchas de resistência da fronteira. O estado é também berço da supermodelo Gisele Bundchen e alguns críticos chegaram a sugerir que a beleza de Manuela ajudou-a a eleger-se de tão convincente que foi sua eleição.

Manuela, que hoje tem 29 anos, descarta essa teoria. “Foi apenas a imprensa que falou sobre minha aparência", disse ela. “Eu fui eleita porque eu era uma jovem candidata num país jovem. Era uma questão de identificação. Eu já tinha um histórico”.

Manuela iniciou sua carreira na década de 1990, quando ingressou no movimento estudantil. Ela formou-se em jornalismo na Universidade Católica em Porto Alegre, sua terra natal. Na faculdade, logo se tornou uma líder estudantil e foi vice-presidente da União Nacional dos Estudantes. Foi então que se aproximou do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

Por que aderir ao PCdoB, quando o comunismo ruiu em todo o mundo? “Foi a festa mais organizada entre os alunos”, diz ela.

“Eles abriram meus olhos para questões mais amplas, como as tentativas do governo de privatizar a empresa estatal de petróleo e a produção mineral. Eles queriam reverter o papel do Estado. Mas, num país como o Brasil, onde a desigualdade é tão grande, o Estado é necessário”.

Pais de classe média - A mãe é juíza e o pai é professor universitário de repente se viram com uma filha que se tornou não só uma política (uma classe difamada no Brasil), mas uma política comunista. No início, eles ficaram alarmados, diz ela, mas agora eles estão orgulhosos.

No Congresso, Manuela atua em diferentes frentes como juventude, esporte, internet livre e questões gays, lésbicas e transexuais. Mas a educação é sua paixão. Em um estudo recente da OECD (http://www.oecd.org) sobre as habilidades e conhecimentos de pessoas com 15 anos de idade, o Brasil apareceu na delicada 53ª posição entre 65 países.

“Educação tem de ser prioridade”, afirma ela com veemência. A maioria das crianças brasileiras vai à escola, hoje, mas as horas em sala de aula são insuficientes. Além disso, a maioria dos professores é mal remunerada e, alguns, despreparados. "Nós precisamos fazer escolas mais atrativas para os jovens”.

Para colocar suas ideias em prática, em 2012 Manuela poderá candidatar-se à prefeitura de Porto Alegre. Esta será sua segunda tentativa. Em 2008 nem mesmo toda sua popularidade foi suficiente.

No Congresso, Manuela é uma das apenas 43 mulheres eleitas (de um total de 513 parlamentares). Contudo, o Brasil acabou de eleger sua primeira mulher presidenta, Dilma Rousseff. “O presidente Lula, depois de oito anos no governo, deixou um bom legado. Acredito que Dilma fará grandes e importantes reformas. O mundo está em estado de alerta, mas este é um bom momento para o Brasil”.

Para ler a reportagem do jornal britânico The Independent na íntegra, com os líderes de todo o mundo, acesse: http://www.independent.co.uk/news/world/politics/new-power-generation-the-world-leaders-of-tomorrow-2171439.html